sexta-feira, março 31, 2006

jolie holland

tom waits viu-a num bar e pensou: "é ela". não é grande referência para mim, pouco conheço do senhor. não há tempo, pompa, nem circunstância para ver e ouvir tudo aquilo que devíamos ver e ouvir. há, sim, que agradecer (aos amigos, à imprensa, ao acaso) o facto de nos chegarem álbuns assim às mãos (e aos ouvidos, e à alma...).

depois de uma colecção de demos editada em disco por não haver outra forma de lhes (nos) fazer justiça, jolie holland edita o primeiro álbum de estúdio pela Anti em 2004 (obrigada tom waits). escondida tinha em "do you?", "darlin' ukelele" e "damn shame" a sua santíssima trindade, não fosse o álbum valer por tudo o resto. três temas de alma despida, melancolia quanto baste e uma voz (sempre) desarmante, um a seguir ao outro porque assim é mais aconchegante.

depois disto, dificilmente podemos sair desiludidos. ou dificilmente podemos sair. ponto. nem mesmo com "goodbye california", onde o country é mais evidente, mas nunca demasiado tradicionalista (porque aí há sempre lugar para o exagero).

escondida faz balançar o corpo como julie delpy em before sunset ao som de nina simone (há aqui alma de jazz, não duvidem). escondida merece sol, um jardim, um par de auscultadores e outro de olhos fechados.

inês patrão

1 Comments:

At sexta abr. 07, 10:17:00 da manhã 2006, Blogger Ricardo Mariano said...

é... a Jolie é uma malandra que nos tolda a alma com uma voz daquelas!

1 abraço

 

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