sexta-feira, maio 19, 2006

Audição 31: 16 Maio 2006

The Rentals
Seven More Minutes
1999

"Big Daddy C"
"Getting By"
"She Says It's Alright"

escolha de Pedro Sousa



Modest Mouse
Good News For People Who Love Bad News
2004

"Sattin in a Coffin"
"Bukowski"
"The World at Large"

escolha de Inês Patrão


The Kills
Keep On Your Mean Side
2003

"Superstition"
"Kissy Kissy"
"Gipsy Death and You"

escolha de João Terêncio

sexta-feira, maio 12, 2006

Audição 30: 9 Maio 2006

em dia de cortejo (leia-se caos) na cidade dos estudantes, inês patrão e joão terêncio refugiam-se no bunker da rádio universidade de coimbra para partilhar dois discos intimistas... para contrastar e fazer esquecer por uma hora tudo o que se passa para além das paredes do estúdio 1...

CocoRosie
La Maison de Mon Rêve
2004

"Good Friday"
"Candy Land"
"Madonna"
"By Your Side"

escolha de João Terêncio



Mirah
You Think It's Like This But Really It's Like This
2000

"La Familia"
"Engine Heart"
"Person Person"
"100 Knives"

escolha de Inês Patrão

com direito a um mash up no final de "100 knives" vs "candy land" (ou como estragar duas boas músicas)

quinta-feira, maio 11, 2006

O sobrevivente


O sobrevivente
Originally uploaded by Stuart Murdoch.

Faço parte de uma geração que cresceu nos anos 80. Que passou, como que de raspão, ao lado das convulsões sociais. Muitas vezes, inconsciente dos traços de ruralidade, de interioridade e de desnorte que marcaram a década de 70. Uma geração para quem " a liberdade é hoje nome de avenida ".

A verdade é que a estabilidade de uma democracia consolidada deixou para trás o PREC, o MES, o MFA, e tantas outras siglas, que pouco nos dizem nos tempos que correm. Daí que os primeiros registos de Sérgio Godinho se revistam de uma natureza inegavelmente documental; testemunhos vários de um Portugal a preto e branco, de um país em constante sobressalto, de uma ansiedade incontida. Menos ou mais panfletários (cfr. " De pequenino se torce o destino "), projectam nos seus temas um ideário demarcado e assumido pelo próprio Sérgio Godinho, que porém é ultrapassado pelo realismo que as suas letras encerram. Estas são feitas de palavras de ordem, de caricaturas ao poder e de uma sincera esperança. E esta não pode ser ideologicamente apropriada. E o que quer isto dizer ? Que quem não se identifica ideologicamente com o ideário de esquerda, não passa mesmo assim ao lado destas letras. O imaginário godinhesco, a poesia que dele emerge, não pode ser remetida ao mero compromisso político; o seu compromisso é com a realidade da altura.

As letras de Godinho, encontramo-las na rua, nas conversas de café e nos ditados populares; nos murais da altura e nas ocupações rurais; percorrem as lutas sindicais, atravessam a fronteira rumo a França e olham Portugal do exílio.

Foi no exílio que, em 1971, Sérgio Godinho e José Mário Branco gravaram dois dos mais importantes álbuns da música portuguesa. Apresentados no mesmo dia, " Os sobreviventes " e " Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades " são parentes por afinidade, por vezes confundindo-se ao partilharem vozes, instrumentos, e até mesmo um tema (" O charlatão ") no alinhamento. Ainda assim a dicotomia entre um e outro reflecte-se desde logo em ambas as capas, uma branca e a outra negra, o primeiro mordaz e o segundo mais sóbrio. Descobri o primeiro deles após uma paragem em " Campolide " e uma ida ao " Rivolitz ".

« Vim ao mundo por acaso, em Portugal não tenho pátria / sou sozinho e sou da cama dos meus pais ».

Deste álbum guardo na memória versos como o acima transcrito ( 'Descança a cabeça estalajadeira' ). A metafórica cadência lenta e penosa de " Que força é essa ", resgatada por José Mário no último O irmão do meio. O lamento mordaz de " quem vive com a fome enterrada na garganta " e, sentado, espera a revolução ( 'Que bom que é' ). Os primeiros acordes d' " O charlatão ", por momentos irreconhecível, em pleno Coliseu, há dois anos atrás.

Enfim ... um álbum que se escuta à noite. Que se discute ao jantar. Que se revisita antes e depois de Abril.

« Entre a rua e o país vai um passo de um anão / Vai o rei que ninguém quis / Vai um tiro de um canhão / e quem enriquece é o charlatão ... »

Pedro Sousa

( Um obrigado ao Paulo pela referência )

sábado, maio 06, 2006

Audição 29: 2 Maio 2006

Miss Kittin
I Com
2004

"Happy Violentine"
"Meet Sue Be She"
"3eme Sexe"

escolha de João Terêncio



Blur
Parklife
1994

"Tracy Jacks"
"This Is a Low"
"To the End"

escolha de Pedro Sousa



Sufjan Stevens
Seven Swans
2004

"The Dress Looks Nice On You"
"To Be Alone With You"
"The Transfiguration"

escolha de Inês Patrão

Audição 28: 25 Abril 2006

ESG
A South Bronx Story
2000

"You're No Good"
"I Can't Tell You What To Do"

escolha de João Terêncio




Peaches
The Teaches of Peaches
2000

"Rock Show"
"Set it Off"

escolha de Emanuel Botelho





K's Choice
Cocoon Crash
1998

"Believe"
"Now Is Mine"

escolha de Inês Patrão




Sérgio Godinho
Os Sobreviventes
1971

"Descansa a Cabeça Estalajadeira"
"Ai Que Bom Que É"

escolha de Pedro Sousa